Um mercado em plena expansão em economias mais desenvolvidas no exterior, a venda de veículos aéreos não tripulados – os famosos drones – está se intensificando no Brasil, à margem da falta de regulamentação e de uma indústria local para estes produtos.
Segundo destaca matéria da Estadão, o que antes eram produtos mais de nicho e restritos a entusiastas do aeromodelismo agora estão atraindo o publico em geral, com modelos mais baratos, eficientes e com câmeras acopladas.

Lojas na região da rua Santa Ifigênia, em São Paulo, vendem as aeronaves por preços que vão R$ 2 mil a R$ 6,5 mil. A maioria destes produtos são de marcas internacionais como DJI, 3D Robotics e Parrot. A assistência técnica para drones também é uma grande fonte de renda nestas lojas.

No exterior, por exemplo, é possível comprar drones na faixa de US$ 800 dólares. Profissionais de áreas como monitoramento e captação de imagens já usam aparelhos desses em suas operações.

Entretanto, ainda falta uma legislação definitiva para fiscalizar o uso destes aparelhos e as frequências de controle onde eles devem operar. Segundo especialistas, quando regulamentado, o uso de drones pode deflagrar outros usos para a tecnologia, como entregas.

Pesquisa de 2013 da Associação Internacional de Sistemas de Veículos Não Tripulados calcula que o uso de drones nos diversos setores da indústria pode gerar um impacto positivo de quase US$ 14 bilhões em três anos.

Se na parte do comércio, o mercado de drones se aquece, quanto à produção a situação é mais complicada. A falta de regulamentação e dificuldade na obtenção de matéria-prima diminui a competitividade das fabricantes brasileiras.

Segundo Ulf Bogdawa, diretor da portoalgrense Skydrones, não há condições de chegar ao mercado com preço competitivo, disputando com marcas como a chinesa DJI, que fabrica o popluar Phantom e Parrot, que faz o AR Drone.

Sem chances de concorrer no mercado para o consumidor, a atuação das empresas nacionais se restringem a contratos corporativos, em segmentos como agricultura, construção e defesa.

“Somos fabricantes com endereço e não conseguimos vender. Enquanto isso, tem centenas de drones entrando ilegalmente no País e muita gente comprando. Se o drone cair na cabeça de alguém, a Anac vai reclamar com quem?. A falta de legislação só atrapalha a indústria nacional”, reclamou Bogdawa ao jornal paulista.

Segundo a Anac, uma proposta para rever a legislação de drones se encontra em fase de finalização de análise jurídica. Depois disso, o texto segue para audiência pública e deve ainda voltar para aprovação final. A previsão é de que o processo seja concluído até o fim do ano.